como entender o diferencial competitivo da mulher
Tradicionalmente, o Dia Internacional da Mulher vem chamar a atenção para uma das desigualdades mais retrógadas da nossa época: existem apenas poucas mulheres no poder no mundo empresarial.
Apesar de alguns progressos, as mulheres continuam minoritárias nas posições de alta gestão empresarial: mesmo em uma região chamada desenvolvida como a Europa, as mulheres representam menos de um terço dos quadros empresariais.
Na América Latina a quantidade de empreendedoras pelo menos vem crescendo. Elas dominam cerca de 30% das 60 milhões de micro e pequenas empresas da região.
No Brasil, a participação feminina na força de trabalho já supera os 40%, mas a presença da mulher é mais significativa entre os assalariados do que na gestão empresarial.
Os dados estão no estudo “O perfil da mulher empresária”, da americana Marguerite Berger, pesquisadora do Banco Interamericano de Desenvolvimento e assessora da presidência do Sebrae.
A coordenadora da incubadora de empresas da Universidade da Amazônia (UNAMA), Shirley Kerber, divide o empreendedorismo feminino em dois momentos: “O primeiro ocorre por pura necessidade de sobrevivência e o segundo porque há mulheres preparadas que estão no seu tempo, cheias de dinamismo, coragem e garra para empreender”, diz. Esse segundo momento, de acordo com Shirley, pode ser observado na própria formação acadêmica voltada para Gestão Empresarial. “As mulheres estão se preparando mais para esse novo mundo”.
A mulher que “se aventura” acaba descobrir sua vocação como empreendedora. Elas se tornam competitivas principalmente nos requisitos cobiçados como intuição, relacionamento e comprometimento; é assim que elas geram resultados de maneira diferente ou até superiores aqueles gerados pelos homens.
Diga se de passagem que destino de mulher não é trabalhar como doméstica sendo explorada durante 54 horas/semana em Recife, como reportado ontem pela Folha de São Paulo…
Por que as mulheres são “uma espécie em ascensão” no mundo empresarial? Dados empíricos provam que elas têm mais habilidade de lidar com ambientes onde não predomina hierarquia, mas sim a humanização no dia-a-dia da vida corporativa.
O toque feminino, além de embelezar o escritório (ao contrário do tédio masculino em escritórios no mundo árabe), mostra que no mundo dos negócios elas superam frequentemente os resultados obtidos pelos homens.
O dedo feminino garante ao negócio mais disciplina, diligência e dedicação. Pesquisas apontam que essa combinação leva a receita, em média 30% maior que as obtidas em empreendimentos só comandados por homens.
A destreza feminina já provou a sua inteligência; então porque ainda limitar a homenagem à Mulher ao Dia da Mulher e não transformá-la em reconhecimento da Mulher como fator de sucesso na gestão empresarial moderna – a Hora da Mulher chegou!
Werner Kugelmeier